A inflação oficial do País registrou variação de 0,26% em maio, segundo o IBGE. O índice representa uma desaceleração em relação aos 0,38% de abril e aponta perda de força nos preços ao consumidor. No acumulado do ano, o IPCA soma alta de 2,27%. Em 12 meses, a taxa é de 5,32%.
O principal destaque do mês foi o grupo Alimentação e bebidas, que passou de uma alta de 0,70% em abril para uma leve deflação de 0,03% em maio. Tomate (-11,22%), batata-inglesa (-9,41%) e arroz (-3,9%) foram os itens com maiores quedas. O recuo reflete diretamente no orçamento das famílias, especialmente as de menor renda.
Medidas federais ajudaram a conter preços
A redução nos preços dos alimentos tem relação com ações recentes do governo federal. A diminuição do preço da gasolina e do diesel reduziu custos logísticos, afetando toda a cadeia de abastecimento. A isenção do imposto de importação sobre produtos da cesta básica, em vigor desde abril, também ajudou a ampliar a oferta e conter os preços.
Além disso, o governo reforçou os estoques reguladores de alimentos, acelerou a liberação de recursos do Plano Safra e simplificou processos logísticos e sanitários para a distribuição de produtos agrícolas. As medidas visam garantir abastecimento e estabilidade de preços em meio à recuperação da economia.
Governo de Pernambuco mantém alíquota de ICMS e contraria tendência nacional
Na contramão do movimento nacional, Pernambuco mantém a alíquota de 20,5% de ICMS sobre os alimentos. A governadora Raquel Lyra resiste em adotar a isenção do imposto para itens da cesta básica, política que vem sendo adotada por diversos estados como forma de aliviar a inflação sobre a população mais vulnerável.
A permanência dessa alíquota elevada tem sido alvo de críticas de parlamentares e representantes do setor produtivo, que apontam perda de competitividade e encarecimento dos alimentos no Estado. A cobrança de ICMS em Pernambuco compromete, em parte, os efeitos das medidas de alívio promovidas em nível federal.
Consumo das famílias deve reagir
Com a desaceleração dos alimentos e estabilidade em outros grupos, como transportes e habitação, a expectativa é que o consumo das famílias ganhe fôlego nos próximos meses. O recuo da inflação é visto como fator essencial para o aumento do poder de compra e para a recuperação da atividade econômica.
O resultado de maio mostra que as ações integradas para conter preços começam a surtir efeito. No entanto, a diferença de postura entre os entes federativos segue como obstáculo para a uniformização da queda de preços em todo o País.
Resumo para o leitor: