O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou, nesta sexta-feira (2), o pedido de demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. A saída ocorre em meio às pressões e desinformações causadas pelas denúncias de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que resultaram em prejuízos bilionários a aposentados e pensionistas. Para o lugar de Lupi, Lula nomeou o ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE), então secretário-executivo da pasta.
O escândalo veio à tona após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em abril, que identificou descontos indevidos em benefícios previdenciários, totalizando R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. As investigações apontam que entidades realizavam cobranças sem autorização dos beneficiários. Das 11 entidades apontadas como suspeitas, 9 foram criadas durante os governos Temer e Bolsonaro, cuja gestão de quatro anos não registrou os desvios. Alessandro Stefanutto, presidente do INSS indicado por Lupi em 2023, foi afastado e posteriormente exonerado por determinação de Lula.
Documentos revelam que Lupi foi alertado sobre as irregularidades em junho de 2023, mas só tomou providências em março de 2024. A demora gerou críticas dentro e fora do governo. O líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), afirmou que o ministro foi "maltratado" pelo governo e que o partido avalia adotar uma postura independente em relação à base aliada.
Wolney Queiroz, novo titular da Previdência, é filiado ao PDT desde 1992 e exerceu cinco mandatos consecutivos como deputado federal por Pernambuco. Durante sua trajetória parlamentar, presidiu a Comissão de Desenvolvimento Econômico e foi líder do partido na Câmara. Em 2022, integrou a equipe de transição do governo Lula e, desde o início da atual gestão, ocupava o cargo de secretário-executivo do Ministério da Previdência Social. A nomeação de Queiroz foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira. Ele assume a pasta com o desafio de restaurar a confiança na gestão previdenciária e implementar medidas para evitar novas fraudes no sistema.
Com informações da CNN, CBN, Folha de São Paulo, UOL, AGência Brasil e Estadão.